Festival de Cinema de Tessalónica exibe obra de Ramin Bahrani

  • há 10 anos
A cidade de Tessalónica, na Grécia, vibra ao ritmo do Festival Internacional de Cinema. Os bilhetes para a edição 2014 já estão esgotados. A programação abarca filmes do mundo inteiro e dá espaço aos gostos do público. As pessoas votam para eleger as melhores produções gregas.

Este ano, a competição oficial integra catorze filmes de vários países. As obras concorrem para o Alexandre de Ouro, o grande prémio do festival.

“O cinema que mostramos no festival pretende informar as pessoas sobre as novas tendências artísticas. Esperamos que no futuro o festival leve ao surgimento de uma nova geração de realizadores. As sessões deste ano estão esgotadas. Estou impressionado, é sempre uma surpresa. Penso que há um bom entendimento entre o festival e o público”, afirmou Dimitris Eipides, diretor do festival.

Em 2014, o Festival de Cinema de Tessalónica presta homenagem a Ramin Bahrani. O cineasta americano de origem iraniana é conhecido por fazer filmes naturalistas e sem pretensões sobre a sociedade norte-americana.

O realizador admite que é difícil ser independente.

“Penso que é difícil ser independente na vida, não apenas como realizador. Porque o mundo inteiro está a sempre a dizer-nos como nos devemos comportar e o que devemos pensar e fazer, quais devem ser os nossos objetivos desde a infância até ao final. A vida está sempre a dizer não e uma pessoa independente diz ‘sim”, disse Ramin Bahrani.

A edição deste ano destaca também a obra de Želimir Žilnik.

O realizador sérvio vê o cinema como uma ferramenta para o conhecimento e tem-se dedicado a explorar a experiência de quem vive nas margens da sociedade.

“Para mim, fazer um filme é uma aprendizagem. A equipa da rodagem e a câmara abrem-nos as portas. Não conheceria a natureza das pessoas e da sociedade tão profundamente como conheço hoje se não tivesse sido realizador”, admitiu o cineasta sérvio.

“Norway” é um dos dois filmes gregos em competição. A longa-metragem de Yiannis Veslemes é uma história surrealista recheada de humor e vampiros.

“Tentei criar um vampiro um pouco diferente. Ele possui todas as qualidades e características de um grego dos nossos dias. É um vampiro dos Balcãs. Por detrás da aparência estranha e curiosa, é um ser que age de acordo com um estímulo, de forma inconsequente. Não tem nada a ver com os vampiros da tradição gótica”, sublinhou o cineasta grego.

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